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Outubro Rosa: Saiba como o cuidado integrado pode ajudar na prevenção e no tratamento do câncer de mama

Professoras da Faculdade Santa Casa destacam a importância da atuação multiprofissional da prevenção da condição até a reabilitação

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Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo, também podendo afetar homens. Atualmente, é a principal causa de morte por câncer na população feminina do país.

Apesar de ser uma condição delicada, existem sinais de alerta e medidas que podem auxiliar tanto na prevenção quanto no tratamento. Esses cuidados envolvem diferentes áreas da saúde, como Psicologia, Enfermagem, Nutrição, Fisioterapia, Cuidados Paliativos e Enfermagem Oncológica - cada uma com um papel essencial no enfrentamento da doença.

Para marcar o Outubro Rosa, professoras da Faculdade Santa Casa explicam como a atuação integrada entre essas áreas pode transformar o cuidado e a qualidade de vida das pessoas diagnosticadas com câncer de mama.

 

Fisioterapia e o seu papel na reabilitação e funcionalidade do paciente

As professoras Ana Paula Leme e Silvana Monteiro, do curso de Fisioterapia, destacam que a atuação do fisioterapeuta deve ocorrer em todas as fases do tratamento - desde o pré-operatório até o acompanhamento tardio.

“O objetivo é prevenir, tratar e reabilitar possíveis disfunções decorrentes da doença e de suas terapias, como cirurgia, radioterapia, quimioterapia e hormonioterapia”, explicam.

Portanto, entre os principais objetivos da fisioterapia, estão a prevenção e tratamento do linfedema (inchaço no braço causado por acúmulo de linfa após retirada de linfonodos), a manutenção e ganho da amplitude de movimento do ombro e braço, o fortalecimento muscular, a correção postural e reabilitação da cicatriz, alívio da dor e da sensibilidade alterada (hipoestesia/hiperestesia) e mais. 


A enfermagem na prevenção e detecção precoce do câncer de mama

A professora Jéssica França, da graduação em Enfermagem, ressalta que a detecção precoce é uma das estratégias mais eficazes para aumentar as chances de cura .“A enfermagem está na linha de frente dos serviços de saúde e é muitas vezes o primeiro contato do paciente com o sistema. Através da escuta qualificada e do acolhimento, o enfermeiro orienta, realiza o exame clínico das mamas e encaminha para a mamografia”, explica.

No âmbito da Atenção Primária, as enfermeiras também organizam ações de rastreamento populacional, identificam fatores de risco e acompanham casos suspeitos ou confirmados. Além disso, campanhas como o Outubro Rosa reforçam o papel da enfermagem na educação em saúde, no combate ao estigma e na redução das desigualdades no acesso ao diagnóstico.

A professora Marlize Cardoso, coordenadora da Pós-Graduação em Enfermagem Oncológica, complementa: “O autocuidado é o alicerce da prevenção. Alimentação equilibrada, prática regular de atividade física e exames preventivos anuais formam a tríade do cuidado. Nessa jornada, a enfermeira é a principal aliada da mulher, como profissional de saúde, ela tem a competência e o compromisso de orientar mulheres de todas as idades sobre a prevenção e o diagnóstico precoce.”

“Lembre-se: quanto mais cedo um diagnóstico é feito, menos agressivo tende a ser o tratamento, garantindo mais qualidade de vida e maiores chances de cura. Cuide-se, informe-se e conte com a Enfermagem”, completa a professora. 

 

A Psicologia no entendimento do impacto emocional do diagnóstico

A professora Lívia Maria, do curso de Psicologia, explica que o diagnóstico de câncer de mama traz impactos emocionais que vão do choque e medo iniciais à ansiedade e luto antecipado.

A Psico-oncologia, área voltada para a compreensão do impacto emocional do câncer, aponta como principais pontos de atenção: 

  • Aspectos emocionais do diagnóstico, como negação, revolta e luto antecipatório;
  • Autoimagem e autoestima, especialmente após cirurgias e mudanças físicas;
  • Resiliência e enfrentamento, com estratégias adaptativas para lidar com o tratamento;
  • Apoio familiar e rede de suporte, fundamentais para o bem-estar psicológico;
  • Combate ao estigma e ao preconceito, ainda presentes em torno do câncer.


Nutrição e a alimentação como aliada na prevenção

A professora Jéssica Costa, do curso de Nutrição, reconhece que “o Outubro Rosa é um momento importante para reforçar a prevenção e os cuidados com a saúde da mulher, especialmente em relação ao câncer de mama.” 

“A alimentação é uma grande aliada nesse processo”, completa a professora, que dá algumas orientações: 

  • Aposte em alimentos ricos em antioxidantes (frutas vermelhas e roxas, vegetais coloridos);
  • Inclua fontes de fibras diariamente para controlar o peso e regular o intestino;
  • Reduza o consumo de ultraprocessados e prefira preparações naturais;
  • Valorize as boas gorduras, como o azeite de oliva e os peixes ricos em ômega-3;
  • Mantenha uma boa hidratação e evite bebidas alcoólicas;
  • Pratique uma “nutrição colorida”, com variedade de cores no prato;
  • Combine isso a uma rotina saudável, com atividade física regular e sono de qualidade.


Cuidados Paliativos como a garantia de um cuidado integral e humanizado

A professora Isabela Oliva, médica e coordenadora da Pós-Graduação em Cuidados Paliativos, aponta que os cuidados paliativos podem ser inseridos no plano terapêutico desde o início do diagnóstico juntamente com o tratamento de quimioterapia, cirurgia e/ou radioterapia.

“Cerca de 40% dos casos de câncer de mama no Brasil são diagnosticados em estágio avançado. Inserir os cuidados paliativos precocemente aumenta a adesão ao tratamento, a qualidade e o tempo de vida do paciente”, explica.

A atuação da equipe também se estende às fases mais críticas, auxiliando na tomada de decisão de forma alinhada aos valores da paciente, promovendo uma comunicação clara entre equipe, paciente e família e oferecendo suporte emocional durante todo o processo, inclusive no luto.

 


 

O enfrentamento do câncer de mama vai muito além do diagnóstico e do tratamento. Ele envolve escuta, acolhimento e cuidado em todas as dimensões - física, emocional e social.

Na Faculdade Santa Casa, essa visão multiprofissional é vivida dentro e fora da sala de aula, formando profissionais preparados para cuidar com conhecimento, empatia e propósito.